Classificar o trabalho de Claire George está longe de parecer uma tarefa fácil. Enquanto a voz etérea da artista parece apontar para o trabalho de veteranas como Siouxsie Sioux e Elizabeth Fraser (Cocteau Twins), bases cíclicas e batidas claramente inspiradas no trip-hop da década de 1990 jogam o som produzido pela cantora e compositora norte-americana para perto de Björk, Róisín Murphy e outros nomes recentes do art pop, como Ionnalee.
É dentro desse universo marcado pela riqueza das formas instrumentais e vozes que dialogam com diferentes campos da música que George entrega ao público o excelente Bodies of Water (2018). São cinco composições inéditas, entre elas, a já conhecida Orbits, em que a artista estadunidense muda de direção a todo instante, revelando ao público algumas de suas principais inspirações, além, claro, de consolidar a própria identidade artística.
Claire George – Bodies of Water